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Desfibrilação externa sequencial dupla para FV refratária: estudo piloto

A fibrilação ventricular (FV) refratária é uma complicação da parada cardiorrespiratória (PCR) definida como FV que não é revertida após três ou mais tentativas de desfibrilação padrão. Pacientes com FV refratária durante a PCR apresentam mortalidade de até 97%. A intervenção com dupla desfibrilação vem sendo estudada há cerca de décadas em laboratórios de eletrofisiologia e amplamente discutida na literatura por meio de relatos de casos e revisões. Embora algumas dessas referências sejam promissoras, a dupla desfibrilação é uma intervenção altamente variável e ainda existem muitos fatores desconhecidos que continuam a causar debate e controvérsia.

O artigo desta semana é DOSE VF, um trial piloto cujo objetivo principal foi determinar a segurança e viabilidade, comparando algumas estratégias de desfibrilação em pacientes com FV refratária. Estudo com 3 braços: Estratégia 1: desfibrilação padrão; Estratégia 2: Desfibrilação de mudança de vetor com pás transferidas da posição anterior-lateral (padrão) para a posição ântero-posterior; Estratégia 3: Dupla desfibrilação sequencial com pás na posição ântero-posterior e um atraso intencional para garantir a entrega rápida da sequência versus desfibrilação simultânea.

Conclusão do autor: Os achados sugerem que o protocolo DOSE-VF é viável e seguro. As taxas de resolução da FV e de RCE foram maiores nos grupos mudança de vetor e dupla desfibrilação do que a desfibrilação padrão. Os resultados deste estudo piloto nos permitirão informar um RCT multicêntrico com cruzamento para determinar se estratégias alternativas de desfibrilação para FV refratária podem afetar os resultados clínicos.

Referência: (Cheskes S et all, 2020)