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Tomografia de crânio no traumatismo cranioencefálico em crianças

O traumatismo cranioencefálico é uma das principais causas de morte e deficiência em crianças em todo o mundo. A tomografia computadorizada (TC) de crânio é o padrão-ouro para o diagnóstico de emergência de lesões cerebrais traumáticas. Porém, a realização da TC em crianças tem riscos da radiação sobre o desenvolvimento cerebral do paciente pediátrico, além disso, a necessidade de sedação e o custo do exame também devem ser avaliados antes da solicitação.

Este artigo é o PECARN (Pediatric Emergency Care Applied Research Network), um estudo multicêntrico, de coorte prospectivo, cujo objetivo foi identificar crianças com risco muito baixo de lesões cerebrais traumáticas clinicamente significativas para as quais a TC pode ser desnecessária.

Foram avaliadas cerca de 42.412 crianças com TCE leve (Glasgow ≥ 14) atendidas nas primeiras 24h após o trauma. Foram considerados Mecanismo de Trauma Grave os acidentes com veículo motorizado com ejeção, morte de outro passageiro ou capotamento; ciclista sem capacete ou pedestre atingido por um veículo motorizado; uma queda de mais de 1 metro em uma criança com menos de 2 anos ou mais de 1,5 metro nas crianças maiores ou se a cabeça for atingida por objeto em velocidade.

Os dados do estudo mostraram que as crianças com apenas o mecanismo de trauma grave e sem outros indicadores tiveram um risco menor de TCEic (clinicamente importante) que as crianças com mais de um indicador.

Atualmente, o algoritmo PECARN é o mais utilizado, especialmente para < 2 anos, na tomada de decisão médica para definir quando a tomografia pode não ser indicada nos casos de TCE leve pediátrico de forma segura.

Referência: KUPPERMANN et al., 2009