Ressuscitação volêmica agressiva ou moderada na pancreatite aguda

O manejo padrão da pancreatite aguda no departamento de emergência concentrou-se na hidratação agressiva, analgesia e investigação de uma causa reversível subjacente (por exemplo, cálculos biliares). Evidências recentes desafiaram o uso rotineiro de hidratação agressiva como desnecessário. Há também danos potenciais à ressuscitação hídrica de grande volume, incluindo progressão da pancreatite e sobrecarga hídrica com ou sem insuficiência respiratória.

Este artigo é um ensaio clínico multicênctrico e randomizado. Foram avaliados pacientes que apresentavam pancreatite aguda para receber ressuscitação agressiva ou moderada com solução de Ringer com lactato em 18 centros. A ressuscitação volêmica agressiva consistiu em um bolus de 20 ml/kg, seguido de 3ml/kg/hora. A reposição volêmica moderada consistiu em bolus de 10 ml/kg em pacientes com hipovolemia ou sem bolus em pacientes com normovolemia, seguido de 1,5 ml/kg/hora em todos os pacientes deste grupo. O desfecho primário foi o desenvolvimento de pancreatite moderadamente grave ou grave durante a internação e sobrecarga de fluidos.

Conclusão do autor: Neste estudo randomizado envolvendo pacientes com pancreatite aguda, a ressuscitação volêmica agressiva precoce resultou em uma maior incidência de sobrecarga hídrica sem melhora nos resultados clínicos.

Referência: de-Madaria E et al, 2022